Lucas & Clara

Te escrevo.. mesmo sabendo que não mais irá ler... Mesmo sabendo que o tempo já se passou. Se foi. E com ele meus sonhos. Mesmo assim te escrevo, por não saber a quem, ou porque continuarei. Te escrevo porque os dias e as horas me passam tão lentamente que é a tua presença que me dá suporte, e a falta dela me traz com grande imensidão o vácuo, o abismo, o não-chão. Justamente nesse vazio, nessa busca pelo meu chão, por você, é que a vida me soa mais bela. Tão assustadoramente bela que ela se perde pelos meus dedos a cada letra ou palavra que te escrevo. Não sendo apenas complemento de sentimentos mas o sentimento em si que se esvai em linhas, e traços mal ditos, escritos. Escrevo a ti, em ti, por ti. Em ti, que tantas vezes procurei abrigo. Em tuas canções, teus sorrisos e teus abraços. Ouço... ouço... Ao longe... Ainda a tua melodia. Cantarolada, suspirada. E espero. Espero logo, tão logo que sei que será longa a espera de ouvir novamente o sussuro ao pé do ouvido chamando-me. Vem comigo? Irei!
Dá tua mão. Segura firme, que o chão começa a se perder e me sinto a flutuar por entre céus, por entres seus, por entre nuvens que construímos. Criamos um mundo à parte. Longe da balbúrdia que se iniciava. Sonhos, desejos, você. Esperarei então até o fim dos meus dias, que esse sonho se concretize e que por fim consiga a felicidade que guardei em ti, como uma felicidade enfim completa, que após roubada, ressurge das cinzas.
Cinzas nossas, cinzas estas, que trarão todo nosso amor.

Tua Clara.

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